Publicado em 23 de Setembro de 2013 às 10h09
TST - Os transtornos mentais mais frequentes no trabalho
Mudanças de humor, os transtornos neuróticos e o uso de
substâncias psicoativas, como o álcool e drogas, são, hoje, os principais
transtornos mentais que causam incapacidade para o trabalho no Brasil. As
informações são do professor do Setor de Saúde Mental e Psiquiatria do Trabalho
do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da
Universidade de São Paulo, Duílio Antero de Camargo. Ele foi um dos palestrantes
do Painel 3 do II Seminário Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho,
realizado pelo Tribunal Superior do Trabalho. Presidiu a mesa a ministra do TST,
Maria de Assis Calsing.
O palestrante explicou que os trabalhadores acometidos
de transtornos do humor sofrem especialmente de problemas depressivos. Já os
transtornos neuróticos, se referem a síndromes como a do pânico e ao estresse
pós-traumático. Este último caso, segundo o professor, ocorre principalmente
quando um trabalhador foi submetido, no ambiente de trabalho, a violência ou
risco de morte. Nessas situações, vem recorrentemente à cabeça do empregado a
cena do ato de violência sofrido. Se essa situação não for bem tratada pela
empresa, com a oferta de acompanhamento psicológico, o caso pode se agravar,
explicou.
Outro ponto relevante apresentado na palestra foi o uso
cada vez mais frequente de substâncias psicoativas por trabalhadores, a exemplo
do álcool e de drogas como a cocaína. O panorama tem mudado nos últimos anos.
Infelizmente, o que temos visto crescer nessa estatística é a associação do
álcool com a cocaína, afirmou Duílio de Camargo.
Durante toda a palestra, o professor defendeu a adoção
de políticas efetivas em prol da saúde mental no ambiente laboral, sustentando
que tais ações não sejam apenas pontuais, mas implementadas num caráter mais
global, de forma articulada com a sociedade.
No ambiente de trabalho, segundo ele, tais políticas
devem começar por uma avaliação criteriosa dos setores que necessitam de
intervenção, identificando os principais problemas e coletando indicadores dos
fatores de grupos de risco. A partir deste ponto, é importante que seja feito um
bom diagnóstico, com entrevistas individuais e testes psicológicos junto aos
empregados, além de campanhas educativas e informativas, finalizou o
palestrante.
Fonte: Tribunal Superior do
Trabalho
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